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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Apresentação




"Vou contar-te um segredinho" é resultado da planificação e da realização da actividade "O som das palavras", no Infantário DonaOlga, na sala verde (2 anos), tendo como educadora cooperante Claúdia Ornelas.
A estrutura do blog tem como base 4 principais elementos: Caracterização (da instituição, da sala, do grupo de crianças); Enquadramento curricular e teórico da actividade; e, por fim, uma reflexão de todo o processo, desde a ideialização até à concretização da actividade.
Pretendemos com este blog, para além de ser um elemento constituinte de avaliação na unidade curricular de IPPV, transmitir a essência da actividade e partilhar a nossa experiência, que se revelou enriquecedora e extremamente gratificante.

Caracterização: Instituição; Sala; Criança

Caracterização da instituição

- Meio envolvente

O Infantário DonaOlga de Brito fica situado no Caminho da Achada, nº 9, na freguesia de São Pedro, Concelho do Funchal. Segundo o Projecto Educativo da Escola (P.E.E.) podemos constatar que a freguesia de São Pedro é a que possui mais população e é a mais importante das quatro freguesias urbanas existentes no Funchal. A freguesia de São Pedro, da cidade do Funchal, teve a sua origem na Capela de São Paulo, fundada por João Gonçalves Zarco, lá residiam os frades franciscanos e, posteriormente, os curas da Sé. Esta freguesia agrupa na sua área um património edificado, sobretudo religioso, de enorme valor histórico e artístico. A igreja matriz, consagrada a São Pedro, é um dos bens mais valiosos, pois a fachada apresenta um curioso conjunto de cantaria e um portal encimado por três janelas. Ainda nesta freguesia encontram-se a Igreja de Santa Clara, onde podemos encontrar o túmulo de João Gonçalves Zarco, e as capelas de São João da Ribeira, São Paulo, Santa Catarina, Nossa Senhora das Angustias, São Lázaro, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Conceição e Almas. Já não existem as capelas de Nossa Senhora das Maravilhas, Nossa Senhora da Piedade, São Francisco das Furnas, Nossa Senhora da Salvação, Santa Brígida, Nossa Senhora da Vida, Nossa Senhora da Boa Hora e Nossa Senhora da Conceição. Nesta freguesia também podemos encontrar o Hospício Princesa D. Maria Amélia, o Auxílio Maternal, o Asilo da Mendicidade e Órfãos, Paço Episcopal com a Câmara Eclesiástica, o Museu Quinta das Cruzes, a casa Museu Frederico de Freitas, o Museu Municipal do Funchal, a História Natural, o Museu de Fotografia – Vicentes, o centro Cívico e Cultural - Universo de Memórias de João Carlos Nunes Abreu, o Aquário, o Arquivo Regional da Madeira, o Palácio de São Pedro, a Universidade da Madeira (Reitoria), o Campus Universitário da Penteada, o Centro Internacional de Feiras e Congressos da Madeira, a Biblioteca da Penteada, o Teatro Municipal Baltazar Dias, o Jardim Municipal, o Cemitério das Angústias, etc. Os limites desta freguesia são: a Leste temos a Ribeira de Santa Luzia e a Oeste a Ribeira dos Socorridos. Estende-se pelo lado Norte até à Azinhaga dos Ausentes, no Caminho da Achada. São ainda limites da Freguesia de São Pedro uma parte da margem direita da Ribeira de Santa Luzia, a metade ocidental da Rua dos Ferreiros ou do Comércio, situada entre a Rua dos Netos, a parte Norte deste última rua, limitada pela Rua dos Ferreiros e das Mercês, a Rua de São Pedro, a Rua das Pretas, a metade ocidental da Rua de São Francisco e a Calçada de São Lourenço. A separação entre as freguesias de São Pedro e a da Sé estabelece-se na Rua da Carreira, na terminação da Rua de São Francisco. Em relação à freguesia de São Pedro, a maior parte da população residente possui o 1º ciclo do ensino básico, seguindo-se depois o ensino Secundário com 1552 habitantes, 1041 habitantes têm o 3º ciclo do ensino básico, 941 nados vivos com o ensino superior, 896 indivíduos sem nenhum nível de ensino, 875 com o 2º ciclo do ensino básico e 92 indivíduos com o ensino médio.

- Instituição


Figura 1 - Hall de entrada


O Complexo Escolar DonaOlga de Brito funciona das 8h-18h30 e contém dois pisos (piso 0 e piso 1).
No piso 0 podemos encontrar o hall de entrada, quatro salas destinadas ao infantário, o refeitório, a copa, a cozinha, a sala de convívio dos docentes, a sala de convívio do pessoal não docente, o bar, o gabinete da Directora do 1º Ciclo e Infantário, com W.C privado, a sala de reuniões, a arrecadação do material de limpeza, a casa de banho das crianças do infantário, três casas de banho para adultos (2 para o pessoal e uma para os encarregados de educação), polivalente com palco, três balneários com vestiários, um gabinete de Educação Física com W.C privado, uma arrecadação do material de educação física, um parque infantil e duas piscinas cobertas (uma grande e outra mais pequena) – O Material Didáctico usado na área das piscinas são: 25 pranchas de batimentos, 20 Pull Buoy Júnior, 15 Pull Buoy Sénior, 25 cintos de flutuação (5 flutuadores), 20 halteres flutuadores, tapetem flutuador furado, fantasma flutuador pequeno, 20 Ovnis flutuadores, 10 bastões lastrados submersíveis, 10 arcos submersíveis, brinquedos flutuadores (6 tubarões, 6 patinhos, 7 bolas Mickey, 3 barcos, 9 regadores, 4 baldes), 2 abecedários flutuadores, 2 números flutuadores, 10 rolos de natação – esparguete, 5 sapos submersíveis, 5 flores submergíveis…

No piso 1 encontram-se a sala de Informática, quatro salas de 1º Ciclo, quatro casas de banho (2 para adultos e 2 para crianças) e a Secretaria. A sala de reuniões tem a capacidade para oito adultos, com uma mesa de reuniões, cadeiras, duas mesas rectangulares e um quadro. As salas do 1º Ciclo têm a capacidade para 25 crianças, têm mesas rectangulares, cadeiras, uma secretária, quatro placares, um quadro preto, um armário de parede, um armário envidraçado, um espaço com cabides e material didáctico. A sala de Informática apresenta a capacidade para 25 Crianças e tem como equipamento: seis mesas rectangulares, vinte e sete cadeiras, uma secretária, um armário de parede, doze computadores, uma impressora e software didáctico.

Quanto aos Espaços Exteriores Fechados, podemos encontrar a Casa dos Prazeres (Sala de expressão musical e dramática), a Biblioteca, o Lagar, duas Casas de banho e a Arrecadação com material desportivo. A Casa de Prazeres tem capacidade para 25 alunos como equipamento possui: duas mesas rectangulares de madeira, vinte e cinco bancos, um lavatório, um placar, um armário com estantes, um armário, um quadro com pauta musical e instrumentos musicais. A Biblioteca tem capacidade para 25 crianças e como equipamento tem: duas mesas redondas, três mesas rectangulares, vinte e oito cadeiras, um maple, quatro almofadas grandes, seis estantes, um quadro branco, uma televisão, um vídeo e material didáctico (cassetes de vídeo, jogos e livros variados). O Lagar tem capacidade para 25 crianças e quanto ao equipamento tem: três mesas, doze cadeiras, cinco pipas de decoração e um lagar.

Nos Espaços Exteriores Abertos podemos evidenciar um Campo Polidesportivo coberto (com 4 tabelas de basquetebol e 2 balizas de andebol), 1 Pátio semi-coberto (com uma tenda e seis bancos), uma Quinta Pedagógica (uma horta e animais domésticos) e um Parque Infantil (com 4 baloiços, 2 escorregas, 2 casinhas e 1 jogo com módulos).


Figura 2 - Polivalente


Figura 3 - Parque infantil



Figura 5 - Quinta pedagógica (horta)


- Projecto educativo de escola


O projecto educativo de escola, elaborado conjuntamente por toda a equipa, abrange não só o infantário DonaOlga como também a Escola Básica, e tem como principais objectivos reflectir, questionar-se, identificar problemas, questionar decisões e resultados, avaliar resultados, cooperar nas soluções, mobilizar-se em torno de objectivos comuns, de forma a perspectivar o futuro, tendo em vista a qualidade (P.E.E., 2009/2010). Numa perspectiva de educação e de integração social, o corpo docente seleccionou o tema “ Palavras escritas, palavras partilhadas”, com o intuito de desenvolver metodologias para a aquisição de hábitos de leitura e escrita, autonomia e responsabilidade.
O projecto será dinamizado no Infantário através das vivências, das relações socioculturais no dia-a-dia, da pesquisa de textos e histórias, de campanhas de sensibilização, de visitas de estudo, de projectos relacionados com os livros e convites a escritores madeirenses. Um aspecto interessante deste projecto é, sem dúvida, a “Leitura em Vai Vem” que permite a partilha de livros e a participação dos pais.
O P.E.E. pretende, expondo apenas alguns dos objectivos gerais: desenvolver hábitos de leitura; fomentar o gosto pela escrita; compartilhar o prazer pela leitura e escrita; proporcionar aos alunos actividades de leitura e de escrita que sejam geradoras do despoletar da imaginação e da criatividade; incentivar o gosto pelas histórias lidas e contadas; promover a interacção entre a escrita e a leitura; estimular o imaginário infantil; proporcionar aos alunos uma diversidade de actividades susceptíveis de, criativa e ludicamente, potenciarem a leitura e a escrita. Aqui, pode ser visualizado o plano de actividades anual.

- Recursos Humanos


Tabela 1 : Recursos humanos
Tabela 2: Número de alunos - 1º ciclo Tabela 3: Número de crianças - Infantário

- Encarregados de Educação



Gráfico 1: Habilitações - Encarregados de Educação


Caracterização da sala


- Projecto curricular de sala


O projecto curricular de sala denomina-se “Vou contar-te um segredinho” e tem como objectivo principal que as crianças possam desenvolver-se em alegria e em harmonia, sendo, desde cedo, sensibilizadas para o contacto com o livro e com a leitura, que permitirá completar a tríplice dimensão: afectiva, psicomotora cognitiva.

O projecto foi idealizado tendo como base a rotina do infantário, surgindo assim oportunidades de aprendizagem, paralelamente às necessidades físicas, afectivas e cognitivas das crianças. No mês em que decorreu a nossa actividade o escritor abordado foi José Jorge Letria, e por este facto a planificação da actividade teve em consideração este elemento.


- Organização do espaço e recursos materiais


A educadora responsável pela sala verde realça a importância do planeamento e organização das áreas de actividades, satisfazendo as necessidades do grupo, ao propiciar o bem-estar e maximizando as oportunidades de aprendizagem. Refere também que esta organização é susceptível a alterações, pois ao longo do tempo os interesses das crianças modificam-se, e a sala deve estar preparada para acompanhar essa dinâmica.

É importante que a organização do espaço permita diferentes níveis de interacção e que facilite o acesso aos diversos materiais dispostos na sala de actividades. A sala verde está organizada por diferentes áreas, onde foram estabelecidas regras de utilização. Esta organização permite uma simultaneidade de acções que amplifica a riqueza de estímulos e, fundamentalmente, a autonomia da criança.

Constatámos que o espaço da sala era amplo, o que permitia grande liberdade de movimentação, não só por parte das crianças, mas também da educadora e auxiliares. A sala é muito bem iluminada e arejada, graças ao grande número de janelas, tendo ainda uma parede completamente envidraçada que, de certa maneira, liga as crianças ao mundo exterior. A sala de actividades possui também uma casa de banho o que facilita a acção da educadora e das ajudantes.

Ao entramos pela primeira vez na sala sentimos que o ambiente era leve, pois não estava sobrecarregada de informação nas paredes (placards) e havia muito espaço disponível para actividades livres.

Segundo a educadora, a sala traduz um espaço organizado para a acção, as oficinas e os cenários educativos, ou seja, um meio de interacções onde se privilegia o trabalho em pequeno grupo, havendo também lugar para o trabalho e jogo individual, assim como, os momentos em grande grupo.

Desta forma, existe:


- Área pedagógica da casinha: onde as crianças se exprimem, actuam e interpretam papéis através do “faz-de-conta”;

- Área pedagógica da Expressão Plástica: esta área permite o desenvolvimento da criatividade, da expressividade, assim como da motricidade fina;

- Área pedagógica da Biblioteca: situa-se na parte mais calma da sala, onde as crianças podem explorar os livros e simular a sua leitura;

- Área pedagógica da Garagem: é uma área onde as crianças partilham e interagem com os colegas.


(Ver imagens da sala: 1; 2; 3)


- Organização do tempo: Rotina diária



Tabela 4 : Rotina diária

Caracterização da criança


- Caracterização geral de crianças de dois anos (Áreas de conteúdo) – adaptado do projecto curricular de escola


Formação Pessoal e Social


Considerando a faixa etária dos 18 aos 36 meses, a criança deve ter mais a consciência de si própria, fazer escolhas, expressar as suas emoções e reconhecer os sentimentos nas outras pessoas e em relação com as outras crianças, deve manifestar muito interesse pelos outros, demonstrar um sentimento de posse (em relação aos seus objectos), é muito egocêntrica, inicia brincadeiras de expressão, simbólicas e dramáticas, em relação com os adultos tem consciência da aprovação ou da desaprovação de outrem, manifesta muito interesse pelas acções dos adultos, tentando imitá-los, gosta da participação dos adultos nas suas brincadeiras, exige muita atenção e ainda é muito dependente dos adultos e da família.

Posteriormente, tem a capacidade de encontrar uma zona própria para brincar, tenta impor a sua vontade, acentuam-se os sentimentos se simpatia e antipatia, apresenta a sua afirmação pessoal, por vezes, de forma intensa, brinca com outras crianças, tem consciência de si própria, faz comparações com outra criança ou adulto, expressa as suas preferências, valoriza muito o que lhe pertence, disputa os brinquedos, apresenta plena afirmação da autonomia, bebe e come sozinha.


Área da Expressão e da Comunicação



Domínio da Expressão Motora

Na motricidade global, a criança possui uma energia locomotora forte, utiliza de forma activa o corpo para explorar tudo o que a rodeia, corre com alguma agilidade, sobe e desce, gosta de trepar, dá pequenos saltos e pontapeia a bola.

Tendo em conta a motricidade fina, a criança junta objectos pequenos e manipula-os com agilidade, faz enfiamentos largos, segura no lápis e faz garatujas desordenadas, utiliza o pincel, rasga papéis com facilidade, folheia livros de folhas grossas, constrói torres de cubos, consegue abrir a porta (utilizando o puxador).

Ao nível do esquema corporal, reconhece-se no espelho e em fotografias, identifica os colegas da sala e os adultos, conhece as várias partes do seu corpo e identifica-as.
Depois dos 24 meses inclina-se para a frente quando corre, maior facilidade ao mastigar, início da lateralidade, agarra com muita força, dança movimentando o corpo, maior coordenação e equilíbrio, caminha perfeitamente, salta no mesmo sítio ou num só pé, segue direcções simples, manipula os objectos para os conhecer, troca os objectos de uma mão para outra, gosta de desmontar e montar objectos, bem como de encher e esvaziar objectos, caminha nas pontas dos pés e faz puzzles simples.


Domínio da Expressão Dramática

Brinca ao “Faz-de-Conta” utilizando os mais diversos objectos, fase da fantasia com a materialização e realismo da mesma, aparecem jogos de imitação.


Domínio da Expressão Plástica

Encontra-se na fase da garatuja desordenada e o traçado, comummente sai fora do suporte. A partir dos dois anos e meio apresenta uma garatuja controlada, experimentação e manipulação de diferentes materiais, gosta de desenhar, faz traçados circulares e lineares, atribui diferentes significados aos desenhos.


Domínio da Expressão Musical

É capaz de memorizar gestos utilizados nas canções e reconhece-os quando repetidos. Habitualmente gosta de melodias infantis.


Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

Nesta faixa etária (dos 18-24 meses) utiliza em média 10 palavras, o vocabulário vai enriquecendo aumentando o número de palavras através da imitação, retenção e comparação, compreende ordens e gosta de realizar pequenas tarefas, reconhece, ao seu redor, tudo o que lhe é familiar e descobre que cada objecto tem um nome e que é capaz de designá-lo, sente curiosidade por saber o nome das coisas, utiliza os substantivos concretos e próprios mais ouvidos, fica atenta a pequenas histórias, gradualmente, aumenta o seu vocabulário para 20 a 50 palavras, começa a utilizar o “eu” e o “tu”, percebe indicações verbais, repete tudo o que se diz, brinca com as palavras e fala sozinha com os brinquedos, utiliza os gritos e o choro para manifestar sofrimento, decepção, etc., nesta fase, a palavra passa a ser a via de comunicação.
Depois dos 24 meses repete canções, expressa verbalmente, sentimentos, desejos e problemas, usa frases curtas, começa a usar pronomes pessoais e demonstrativos, toda a aparelhagem linguística sofre uma transformação, pergunta constantemente o nome das coisas, usa as palavras no plural, lembra-se de objectos ausentes num curto espaço de tempo, sabe entre duzentas a trezentas palavras, conta factos reais e imaginários, identifica figuras num livro.


Domínio da Matemática

É capaz de encher recipientes com objectos de diferentes tamanhos, faz jogos de encaixe e gosta de transportar objectos de um lado para o outro e, desse modo vai tendo as primeiras noções espaciais. Depois é capaz de perceber a diferença entre um e muitos, consegue contar até três, agrupa coisas pela cor, tamanho e forma, entende noções de espaço (dentro/fora, cima/baixo) e noções de tamanho (grande/pequeno).


Conhecimento do Mundo


Explora activamente tudo o que a rodeia, reconhece e identifica as categorias de nomes de familiares, por exemplo: avó, mãe, irmão, tia, bebé, etc. e ao nível cognitivo, centra-se nas interacções sensoriais e motoras dos objectos do seu mundo. Aos dois anos já sabe o seu nome, conhece seis cores simples, compreende e afasta-se do perigo e começa a perceber que existe outro mundo para além do círculo familiar.

- Caracterização do grupo da sala verde


A sala verde é constituída por dezasseis crianças, sendo seis do sexo feminino e dez do sexo masculino. As datas de nascimento variam entre os meses de Janeiro e Dezembro, o que significa que há crianças com quase um ano de diferença, originando um grupo de grande heterogeneidade. Este facto revela-se importante, pois influencia o tipo de atitudes e nível de desenvolvimento de cada criança, embora não sejam apenas reflexo da faixa etária, mas também do ambiente e da saúde, por exemplo. Assim, e segundo a caracterização feita pela educadora, as crianças necessitam de diferentes níveis de atenção; algumas crianças já têm o controlo de esfíncteres, outras já conseguem lavar as mãos sozinhas, mas em geral são crianças emotivas, curiosas, observadoras, participativas e activas.

Em relação ao que observámos nas situações em que pudemos interagir com as crianças, constatámos que, após o primeiro contacto, são bastante receptivas e afáveis. Duas crianças salientam-se do grupo, à primeira vista, devido à capacidade de interacção e comunicação com novas pessoas. Contudo, com o passar do tempo, as restantes crianças foram aumentando o interesse e o à vontade em interagir connosco. Não existem crianças com necessidades educativas especiais. Há uma criança de nacionalidade alemã, e por isso ainda está num processo de aprendizagem da língua portuguesa, contudo não deixa de ser uma criança muito participativa e integrada no grupo, revelando-se muito observadora. Há apenas uma criança que não está adaptada ao Infantário e chora durante grande parte do tempo, contudo aquando de actividades orientadas revela-se curiosa e atenta. A criança sente grande necessidade de atenção por parte dos adultos e não costuma interagir com os restantes colegas. Para além disso, na maior parte das vezes os pais vêm buscá-la depois do almoço, pois a criança sente dificuldade em adormecer, o que provoca alguma instabilidade na sala. O restante grupo parece estar já completamente adaptado.

Tivemos oportunidade também de estar presente durante a hora do almoço, e podemos constatar que uma grande parte do grupo já consegue comer sozinha, com colher, e beber líquidos sem entornar. Muitos gostam de repetir, quer o prato principal, quer a sobremesa. Nota-se alguma agitação durante a refeição, contudo não se salienta nenhum caso problemático.

A hora de descanso foi outro elemento da rotina diária que presenciámos e podemos ver que na generalidade as crianças sentem necessidade de dormir. Há crianças que apenas descansam, mas que não se tornam elementos impeditivos do sono do restante grupo.

Tivemos oportunidade de presenciar a rotina, tanto da manhã como da tarde, por isso podemos adquirir uma visão mais alargada deste grupo de crianças no contexto da instituição.


- Indicador socioprofissional e socioeducativo familiar

Tabela 5 - Indicador socioprofissional familiar

Gráfico 2 - indicador socioprofissional familiar


Podemos constatar que, através do gráfico (1) que traduz o índice socioprofissional familiar, referente ao grupo de crianças da sala verde, os profissionais técnicos de enquadramento (PTE) estão em predominância, com 10 crianças em 15. Seguidamente, vemos que a categoria EDL (Empresários Dirigentes e profissionais liberais) tem na sua representação 4 crianças. Por fim, com apenas 1 criança, está a categoria de empregados executantes.


Gráfico 3 - Indicador Socioeducativo familiar


O gráfico apresentado refere-se ao indicador sócioeducativo familiar e indica que a habilitação literária dominante é a Licenciatura, com 11 crianças; seguidamente o 12º ano com 3 crianças, e por fim o Doutoramento com apenas 1 criança.

Com a análise dos gráficos apresentados podemos concluir que o grupo de crianças da sala verde pertence a uma classe média-alta.


Referências:


Câmara Municipal do Funchal - Freguesia de São Pedro. Disponível em www.cm-funchal.com, consultado a 1/12/2009


Instituto Nacional de Estatística - Portugal www.ine.pt consultado a 1/12/2009


Núcleo histórico de São Pedro. Dísponível em www.madeira-web.com, consultado a 8/12/2009


Projecto educativo e curricular do Infantário DonaOlga de Brito, consultado a 15/11/2009